Por Samir Milagre
Desde a 1ª Revolução Industrial, quando começou o uso do carvão como fonte de energia, o advento do motor à vapor e sua utilização em produções que até então eram 100% artesanais, a humanidade tem tido grandes avanços em transformar processos repetitivos em automatizados para atender às demandas crescentes por bens e serviços. Essas transformações muitas vezes causam preocupações sobre a perda de mão obra não qualificada, mas abre um leque de oportunidades enormes para o surgimento de outras profissões e novos serviços de valor agregado.
Outro grande exemplo de uma nova revolução foi o surgimento da internet e da mobilidade. Essas duas tecnologias tiveram o seu início quase ao mesmo tempo, na década de 90. O crescimento também ocorreu em paralelo, até a junção de ambas, fato que realmente provocou uma grande transformação na maneira das pessoas se conectarem, se relacionarem, comprarem produtos e serviços, entre outras facilidades.
Para suportar essas transformações, diversas empresas de hardware e software construíram suas plataformas de maneiras distintas e, muitas vezes, sem padrões pré-estabelecidos. Em algumas situações, essa forma de criar causou alguns problemas, mas também ofereceu oportunidades para que integradores de sistemas e soluções pudessem surgir para conectar os equipamentos e sistemas de diferentes vendors, tais como um ERP com um CRM, ou um CRM com um billing, por exemplo.
O que vem pela frente?
Estamos em mundo muito mais complexo. O avanço da 4G-5G, IoT, AI, Machine Learning e o evento não programado Covid-19 fizeram com que ferramentas de acesso à distância tivessem seus processos acelerados, inclusive aqueles que até então eram proibidos, com a consulta médica virtual. Paradigmas que se colocavam como intransponíveis foram quebrados.
Muitas automações têm sido realizadas de maneira tradicional. Projetos complexos e muito longos têm tirado energia de pessoas e organizações. Muitas falham e nem terminam, além de terem alto custos de implementação devido às diferentes arquiteturas e tecnologias usadas por seus fabricantes. É nesse cenário meio “caótico” que começa a surgir o conceito de Hyperautomation.
Nenhuma organização nos dias de hoje é uma entidade isolada. Ela possui processos e conexões com o mundo externo. Ou seja, a automação não é apenas necessária internamente, ela precisa ser integrada ao ecossistema externo e, muitas vezes, em tempo real.
Veja o exemplo do recém-lançado método de transferência de dinheiro entre pessoas e empresas, o PIX. Imagine integrar os sistemas legados dos bancos com o Banco Central e outros parceiros. As soluções devem ser seguras, auditáveis e bem flexíveis para permitir evoluções e correções rápidas. Afinal, estamos lidando com transações financeiras de pessoas físicas e jurídicas.
Mas o que é a Hyperautomation?
Segundo o Gartner, a Hyperautomation orientada para os negócios é uma abordagem que as organizações utilizam para identificar, analisar e automatizar de forma rápida o maior número possível de processos de negócios e TI. Ela envolve o uso orquestrado de várias tecnologias. De acordo com o Gartner, as tecnologias que possibilitam a Hyperautomation incluem:
– Low-Code Application Patforms (LCAP)
– Intelligent Business Process Management Suites (iMPMS)
– Robotic Process Automation (RPA)
– Citizen Automation & Development platform (CADP)
– Integration Platform as a Service (iPaaS)
– Modern BI Platforms
– Virtual Assistants, incluindo chatbots
– AI e Data Science Platforms
Soluções para chegar à maturidade de uma completa estrutura de Hyperautomation demandam muito investimento e experiência. Grandes empresas do setor de tecnologia estão investindo bastante em desenvolvimento e aquisições para alcançar atingir esse nível.
Segundo alguns analistas, os negócios envolvendo Hyperautomation devem alcançar USD 22,24 bilhões até 2027, o que impulsionará a demanda de serviços especializados e empresas capacitadas para atuar neste mercado
E o que se deve esperar da Hyperautomation? No meu entender, é a “Automação da Automação”, que possibilitará processos mais seguros, menor time to market nas implementações e redução de custos significativos para as corporações, além do surgimento de novos profissionais especializados nesse novo jeito de conectar pessoas e corporações.
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Samir Milagre
Business Development Director da TQI