Uma pesquisa recente do IDC Brasil (International Data Corporation) sinaliza que a pandemia tornou ainda mais urgente a necessidade de modernização tecnológica nas empresas em busca de competitividade, para sobreviver no mercado daqui para frente. Dois dados do diagnóstico da organização, que é líder mundial em inteligência e informação nos segmentos de TI e Telecom, chamam atenção para esta realidade.
O primeiro é que 50% das empresas devem ampliar neste ano os investimentos em tecnologia. Neste contexto, a segunda informação preciosa refere-se às áreas de maior atenção para os gestores: Inteligência Artificial e Analytics estão no topo dos ativos a serem priorizados pelos negócios, o que coloca o uso eficiente da informação como essencial em todos os setores.
Desta forma, o levantamento do IDC evidencia como a atualização constante das ferramentas para dar inteligência e agilidade aos processos, e para dinamizar os modelos de negócio, se tornou indispensável para resistir a crises e se destacar em cenários de recuperação. E denota, principalmente, que os líderes já estão cientes disso.
É preciso citar que o fator revelador nesta corrida por modernização no momento atual, do ponto de vista de performance comercial, são as empresas que buscaram uma forma de se reinventarem no ambiente desfavorável trazido pela pandemia e encontraram as soluções para sobreviver a partir da interface virtual – modalidade e-commerce, por exemplo. Outras companhias já nativas digitais tiveram aumento de demanda, a partir das restrições trazidas pela quarentena, e anteciparam investimentos em modernização dos seus ativos e sistemas.
Novos desafios
Este movimento do mercado mantém a engrenagem rodando, mas também cria novos desafios a negócios tradicionais para se manterem firmes diante da versatilidade da concorrência. O que, obrigatoriamente, resulta na busca urgente dos seus gestores por mais eficiência e produtividade através da TI, acirrando a competitividade entre os players já consolidados no mercado e em busca de ampliar seu market share.
Outros dados do IDC comprovam que há uma demanda reprimida por modernização tecnológica em vários mercados, evidenciado pela recuperação do segmento de TI antes mesmo que terminasse o ano de 2020 sem precedentes para a economia. E esse traço não é uma característica apenas do Brasil.
A pandemia causou um impacto até positivo ao setor, tanto que em junho passado 48% dos provedores de tecnologia se consideravam em crise, segundo o estudo IDC WW Covid-19 – Impact on IT Spending Survey. Em setembro, apenas 14% continuavam neste estágio. A pesquisa foi realizada em diversos países.
Como usar dados a favor das companhias representa o desafio número um dos gestores, segundo o IDC Brasil, outras preocupações são garantir segurança e melhorar a aquisição, retenção e experiência do cliente. Todos os fatores estão obrigatoriamente relacionados à automação na gestão de informação e em sistemas para análise avançada de dados estruturados.
Números confirmaram tendência
No fim do ano passado, o IDC recomendou que, no curto prazo, os negócios invistam em tecnologias que os tornem mais resilientes, como automação e inteligência artificial, para enfrentar a crise gerada pela pandemia. Aconselhou ainda as empresas a manterem a TI em todos os seus setores, proporcionando flexibilidade de seus sistemas. Se os gestores seguiram a cartilha da corporação, não é possível ter certeza, mas fato é que eles já perceberam a necessidade de atender a essa demanda – tanto que elencaram IA e Analytics no topo da lista segundo o diagnóstico mais recente, conforme já citei.
Todos esses números confirmam também o diagnóstico anual sobre automação da GS1 Brasil, organização global responsável por desenvolver padrões industriais universais. O levantamento mostrou que 40% das empresas de Comércio e Serviços e 43% das indústrias tinham intenção de investir mais em robotização de seus processos em 2020, mas adiaram os novos investimentos para este ano.
Ajustes necessários aos novos tempos
Além de manter-se competitivo, ampliar produtividade e melhorar a conversão de clientes, a transformação das rotinas nos ambientes corporativos a partir da pandemia também representa um fato que impõe urgência de investimentos em tecnologia.
Home office, por exemplo, é uma realidade forçadamente consolidada. Melhoria do fluxo de comunicação, atualização de sistemas de gestão e automação de processos ganham maior importância diante deste cenário. É bem provável que o home office passe a ser a regra, e não mais a exceção, principalmente pelos ganhos de produtividade e pela flexibilidade que a modalidade pode trazer.
Investimentos em infraestrutura, 5G, nuvem pública, robotização de processos e inteligência artificial devem levar à difusão acelerada de ferramentas e processos como, por exemplo, o RPA (Robotic Process Automation), um recurso que tem se mostrado essencial. O Gartner prevê que até o final deste ano, 90% das empresas de médio e grande porte já terão adotado o RPA para ao menos um processo – seja nos setores administrativos, de logística ou comercial.
Diante de todo este cenário, o ritmo de digitalização das empresas vai fatalmente aumentar ainda mais no mundo pós-pandemia como consequência da mudança de paradigmas e do aumento da competitividade. Tudo aponta para esta tendência. E as empresas que não seguirem o mesmo fluxo ficarão cada vez mais dos concorrentes mais assertivos em seus investimentos em tecnologia para inteligência do negócio.