Em evento produzido pela TQI, Otávio Damaso (diretor de Inovação do Banco Central) confirmou que o Open Finance está decolando, com alguns casos de sucesso já implementados em território nacional. Mas qual é a importância do Open Finance para o mercado financeiro?
Embora tenha sido um fracasso nos Estados Unidos – por não haver uma regulação a respeito – o Open Finance tem se mostrado próspero no Brasil, que adotou um modelo similar ao da Europa (que conta com uma regulação apropriada) e que foi viabilizado principalmente por conta do Pix.
A contribuição do Pix para o Open Finance brasileiro
O pix é uma inovação brasileira bastante relevante, tanto para os usuários quanto para as empresas. Responsável por oferecer agilidade em transações bancárias e por trazer uma grande carga de trabalho para as empresas que o oferecem, o Pix também possibilitou uma maior bancarização da população brasileira, graças à sua intuitividade e capacidade de adaptação a diversas demandas de pagamentos.
Substituindo majoritariamente os pagamentos em dinheiro e em cheque do que os demais meios, o Pix trouxe novas camadas para a experiência do usuário, tais como o Pix automático e as Transferências Inteligentes (que trazem uma camada de programação para o sistema).
Balanço do Open Finance
Para que um projeto de Open Finance seja bem-sucedido, a padronização dos dados é essencial – o que pode ser um grande desafio para um ecossistema financeiro complexo e amplo como o do Brasil. Soma-se a isso a dificuldade de bancarizar a população, que tem baixa instrução financeira e ainda não sabe bem como lidar com o dinheiro (dados do Serasa revelam que 72,04% da população brasileira está inadimplente).
Para vencer a grande barreira do consentimento dos usuários em fornecer seus dados, as empresas precisam ser claras a respeito do motivo pelos quais eles são necessários. Esses dados, então, devem ser qualificados e monitorados de ponta a ponta a fim de resultarem em benefícios reais para os usuários finais.
Um dos KPIs que podem ser adotados para medir o quanto uma empresa está no caminho certo com o tratamento de dados disponíveis via Open Finance é saber o quanto de ajuda o cliente obteve na obtenção de crédito.
Apesar de ser um oceano de possibilidades e de viabilizar a hiperpersonalização de ofertas e da jornada de experiência digital do usuário, o Open Finance ainda é uma joia bruta que precisa ser lapidada. As empresas precisam olhar para esse projeto com inteligência analítica para saber o que personalizar, de que forma e o que oferecer de fato para os clientes.
Vem mais Open Finance por aí
Para acompanhar as mudanças, as instituições terão que investir para melhorar a experiência do cliente. E essa experiência, como já vimos, é digital. Ou seja, a transformação digital só começou!
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