As mulheres e suas jornadas na carreira têm sido marcadas por desafios únicos, mas também por conquistas significativas ao longo dos anos. Desde as lutas iniciais pelo direito ao voto e à educação até a busca por igualdade de oportunidades e remuneração justa, as mulheres têm demonstrado resiliência, determinação e habilidades excepcionais em todos os campos profissionais.
Historicamente, as mulheres enfrentaram barreiras institucionais e culturais que as impediam de avançar em suas carreiras. Muitas vezes, eram vistas como meras coadjuvantes ou limitadas a papéis tradicionalmente femininos, como o cuidado da família e do lar.
A luta pela igualdade de gênero no ambiente de trabalho tem ganhado cada vez mais visibilidade e apoio. Hoje, vemos cada vez mais mulheres ocupando cargos de CEO, cientistas renomadas, empreendedoras de sucesso, políticas influentes e líderes comunitárias.
No entanto, apesar do progresso alcançado, ainda há muito a ser feito. Num levantamento recente, considerando as 250 maiores empresas do Brasil, apenas 3% são presididas por mulheres.
Se pensarmos raça, para mulheres negras, é menos de 1%. No setor público, 5% das estatais tem mulheres no C-Level.
A autonomia feminina e a conquista de espaço no mercado de trabalho são consequências da atuação das mulheres no mundo corporativo, representando 43,8% dos trabalhadores ativos no Brasil segundo dados do IBGE (2018). Todavia, com relação a salários, elas têm uma média 20,5% menor que os homens, conforme os dados da mesma pesquisa. Neste espaço, a idade fértil da mulher, entre 15 e 49 anos (OMS, 2018), coincide com a sua idade profissionalmente ativa.
Onde estão todas essas mulheres que são a maioria no ensino superior, que estudam, em média, mais tempo, mas quando se fala de tecnologia e inovação são uma minoria esmagadora?
A primeira turma da Ciência da Computação, em 1974, na USP, 70% era formada por mulheres;
Hoje significa 3,7% de mulheres que se formam na USP no mesmo curso.
Nos anos 80 vimos essa inversão acontecer muito drasticamente. Fatos:
-Criação das meninas de forma diferente dos meninos: dá-se bonecas as meninas, elas tem que ser mãe, professora, tem que ser boas em tudo, não podem errar. Já os meninos dão-se foguete e fala que ele pode sonhar em ser astronauta. O computador fica no quarto dele e vira brinquedo, podem jogar e trabalhar.
-A computação inicialmente era uma profissão mais próxima ao secretariado, portanto socialmente vista como uma área feminina. Conforme foi crescendo, se aproximou mais da engenharia que é socialmente vista como uma área masculina. “Esse estigma social sobre quais cursos são masculinos e quais são femininos acabou empurrando as mulheres para fora da computação ao longo dos anos.”
-A imagem de quem trabalhava com tecnologia era de uma pessoa barbuda, de óculos, ser antissocial e ficava trabalhando num quadradinho.
Hoje em dia a tecnologia é tudo, não tem mais estereótipo!
E você mulher não está sozinha, a história conta isso:
-Ada Lovelace – Ada foi uma matemática e escritora, responsável por escrever aquele que veio a ser conhecido como o primeiro algoritmo de computador da história.
– Jaqueline Goes de Jesus – a biomédica brasileira que sequenciou o genoma do coronavírus;
– …e tantas outras que contribuem diariamente para o avanço da tecnologia e da sociedade como um todo, cada uma à sua maneira.
É crucial que continuemos a apoiar e capacitar as mulheres em suas carreiras, fornecendo acesso igualitário à educação, oportunidades de desenvolvimento profissional e um ambiente de trabalho inclusivo e livre de preconceitos. Somente assim poderemos alcançar uma verdadeira igualdade de gênero e permitir que todas as mulheres realizem seu pleno potencial no mundo profissional.
Por:
Teresa Veloso
Coordenadora de Tecnologia