Facilitar a rotina de trabalho nem sempre é uma tarefa fácil. O tempo todo tentamos formas de organizar tarefas, diminuir a quantidade de reuniões e melhorar processos, entretanto, às vezes não sabemos como fazer e os métodos ágeis de desenvolvimento pode ser a melhor saída.
A procura por metodologias ágeis para empresas aumentou 20% no primeiro ano da pandemia da Covid-19. Com os colaboradores em casa, as organizações buscaram métodos que facilitassem a comunicação e a entrega de tarefas no formato remoto.
Apesar de ter um aumento, ainda é pouco significativo e isso se deve ao fato de empresas, líderes e colaboradores não entenderem como este conceito pode ser útil para outros segmentos além da TI.
Por isso, queremos desmistificar esse assunto e mostrar que os métodos ágeis de desenvolvimento podem ser aplicados a diversas áreas, inclusive nas nossas vidas. Continue a leitura para saber mais!
O surgimento das metodologias ágeis, de certa forma, foi espontâneo, até porque foi uma reunião informal que tinha como base o Manifesto Ágil, criado, mais precisamente, em fevereiro de 2001.
Ao todo, 17 profissionais se reuniram em um resort de Ski, em Utah, nos Estado Unidos e discutiram sobre métodos leves — assim era chamado antes desse encontro — e sobre o XP — Extreme Programming.
O ponto principal da reunião era justamente falar sobre as ideias de métodos leves e XP, que estavam indo em outra direção em relação aos métodos pesados — processos mais burocráticos e tradicionais. Ao final, após chegarem a um consenso, foi criado o Manifesto do Desenvolvimento de Software Ágil, que conhecemos como Manifesto Ágil.
Existem 4 valores como pilares do Manifesto Ágil, que devem ser o guia para ter ou criar processos de desenvolvimento de Software mais otimizados. Estes fundamentos indicam que sempre devemos focar no que está à esquerda, veja abaixo, em negrito:
Além dos valores, temos também 12 princípios que servem como um norte para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de softwares:
Os princípios foram retiramos da página oficial do Manifesto Ágil, que você pode acessar para mais sobre.
Agora que já entendemos como surgiu, chegou a hora de saber quais são as principais metodologias ágeis utilizadas por empresas e equipes.
Atualmente, existe uma variedade de métodos que se aplicam ao Agile. Além disso, é muito comum, confundir com métricas ágeis, mas esse é um assunto que vamos abordar mais adiante.
Vamos entender cada uma, onde é melhor aplicada, bem como as vantagens e desvantagens dessas metodologias.
Criado pelos desenvolvedores Ken Schwaber e Jeff Sutherland, o Scrum é um framework estrutural que facilita o dia a dia de equipes de tecnologia por meio do gerenciamento de produtos e técnicas de trabalho. Podemos definir como uma estrutura mutável, ou seja, em que é possível incluir técnicas e processos e melhorar continuamente.
Dessa maneira, o Scrum surge para facilitar e agilizar processos, sempre com técnicas que podem ser aprimoradas ou adaptadas.
Com este framework todos os profissionais de uma equipe podem trabalhar em conjunto — não é necessário aguardar um finalizar uma etapa para os demais seguirem —, uma queixa que muitos tinham ao utilizar o método modelo cascata.
A estrutura desse framework é construída a partir do aprendizado contínuo e em adaptações que favoreçam as equipes e os processos. Um ponto importante é que o Scrum compreende ser muito comum o time não saber tudo inicialmente e os aprendizados vão evoluindo conforme o tempo e experiência adquirida.
O tipo de estrutura possibilita que as adaptações se tornem naturais, para isso, é dividido em artefatos e cerimônias ou eventos. O primeiro pode ser comparado a uma ferramenta que é utilizada para resolver problemas, ao todo são três artefatos: backlog do produto, backlog do sprint e incremento — ou meta de sprint.
Já as cerimônias ou eventos acontecem com frequência e são os mais conhecidos quando falamos em Scrum. Geralmente, nessas cerimônias são realizadas para saber como está o andamento do projeto e identificar possíveis gargalos que precisam de solução. Nesse sentido, veja como se organizam essas cerimônias:
Apesar de ser uma forma de todos estarem na mesma página, algumas equipes não se sentem confortáveis com tantas cerimônias, por isso, optam por adaptar e acabam fazendo menos eventos.
O Kanban existe há mais tempo do que imaginamos. Esta metodologia tem origem no Sistema de Produção Toyota, no Japão, que visava a redução de desperdício com melhor qualidade e menor custo. Nesse sentido, podemos afirmar que este método é originário da indústria.
Foi David Anderson que se inspirou no Kanban industrial e criou um sistema voltado para a gestão do trabalho do conhecimento.
Bem diferente do modelo de indústria, pois em uma fábrica identificamos facilmente como podemos evitar desperdícios por ser algo visual. Já um produto ou serviço torna-se mais difícil, pois não pode ser visto.
O Kanban ganhou espaço em empresas de software e em outros tipos de negócio, devido à facilidade em moldar e adaptar as diferentes áreas. Já imaginou organizar um projeto pessoal? Ajudar a sua filha ou filho a avançar nos estudos? Com o kanban é possível.
O sistema Kanban tem algumas práticas que direcionam o gerenciamento das tarefas:
Em suma, estas práticas auxiliam na implantação da metodologia e melhoram o desenvolvimento do processo, o que torna um método de gerenciamento fácil de se utilizar em qualquer tipo de negócio.
Basicamente este método resume-se em um quadro e cartões. No quadro as tarefas podem ser dividas em colunas e dentro de cada coluna temos os cartões.
O quadro é o meio de visualizar o fluxo de trabalho e o progresso das tarefas, mas não é sinônimo de usar o método Kanban, ou seja, o que mostra que você utiliza esse sistema, é de fato evitar desperdícios e buscar a melhoria contínua.
Já os cartões representam essas tarefas, as unidades de trabalho. Com eles é possível visualizar processos intangíveis no “mundo real”, o que facilita identificar potenciais desperdícios.
Esta é a forma mais simples de dividir as tarefas, entretanto, saiba que pode ser muito mais elaborado para que o objetivo final seja alcançado de forma enxuta, este modo mais simples serve como um direcionamento para as possíveis adaptações. Cada equipe e segmento utiliza a versão que mais lhe cai bem para executar tarefas.
E se pudéssemos unir o Kanban e o Scrum? Isso já existe, é conhecido como método híbrido. O Scrumban vem para facilitar o uso para a maioria das equipes que gostaria de iniciar algum método ágil de desenvolvimento, mas sente alguma dificuldade. Um exemplo disso é o Scrum, um framework que funciona, entretanto, pode ser difícil de implantar.
O Scrumban utiliza as práticas do Kanban em conjunto com as cerimônias do Scrum, ou seja, foco em melhoria contínua utilizando o quadro, além das dailies, retrôs, sprints — muito raras — e reviews. Geralmente as equipes implementam cerimônias, funções e quadros, além disso, buscam processos mais efetivos por meio das melhorias.
Como dissemos, esse método facilita e muito os processos, um exemplo disso é a não obrigatoriedade de manter muitas sessões de planejamento, somente quando necessário. E, claro, durante as etapas pode ser que tenham mudanças.
Justamente por não ter obrigações durante o processo, também não existe tempo definido como o Scrum, que as Sprints devem durar entre 1 e 4 semanas. No caso do Scrumban pode ser o tempo que precisar.
Além disso, este modelo se destaca por dividir o fluxo de trabalho em mais colunas, ou seja, em mais etapas, quando comparamos ao quadro Kanban. Esta é uma maneira de compreender melhor os processos, que se origina nas sprints do Scrum.
Ademais, ainda no quadro, é possível incluir a etapa sprint e até os itens de uma história. Em suma, a vantagem do Scrumban é a liberdade em definir prioridades e o método de trabalho das equipes.
É muito comum ver por aí o pessoal confundir métodos ágeis de desenvolvimento e métricas, e realmente é possível se enganar. Atualmente, temos muito acesso à informação, a internet é um prato cheio para isso e, junto, encontramos conteúdos nem sempre tão assertivos.
Os métodos ágeis são um conjunto de processos, ferramentas e práticas utilizados para melhorar o fluxo de trabalho, evitando desperdícios e gerando valor mais rapidamente. E as métricas ágeis, são formas de mensurar esse fluxo, ou seja, de entender como está o desenvolvimento desse projeto.
Nesse sentido, os métodos são aqueles que apresentamos aqui, e outros como: smart e FDD (Feature Driven-Development). Já as métricas se dividem em:
Em resumo, estes são os campos em que as métricas atuam para um gestor analisar a eficácia de todo o projeto. Nesse sentido é necessário entender a importância e objetivos das métricas, sem mensurar não é possível ter dados para analisar a eficiência das metodologias.
Por isso, sempre considere que além de implantar os métodos ágeis de desenvolvimento, é preciso utilizar métricas para acompanhar o seu projeto.
O primeiro passo é respeitar a cultura da empresa que deseja inserir as metodologias ágeis em seus processos. E, claro, apesar de termos um “roteiro” para cada uma, na prática, é diferente, ou seja, os métodos precisam se adaptar ao negócio.
A implementação é simples, afinal, hoje em dia temos acesso a muitas ferramentas que auxiliam nesse processo, seja utilizando técnicas de metodologias ágeis ou as próprias metodologias. Entretanto, é preciso ter cautela, pois nem toda empresa tem um pensamento direcionado às práticas ágeis e precisam adaptar-se.
Para isso, podemos utilizar a Jornada Agile que pode se adaptar à maioria dos negócios. Confira como implantar as metodologias ágeis na sua empresa a partir da jornada:
Estes passos auxiliam na construção de uma empresa aberta para receber os métodos ágeis e caminhar para processos mais enxutos com desperdícios reduzidos. Sabemos que não é tão simples, pois existem muitas e tapas e envolvem pessoas, no entanto, é super possível.
Agora que você já entendeu sobre métodos ágeis de desenvolvimento, vamos nos aprofundar mais sobre as métricas ágeis e saber medir o que realmente importa!
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