Por Maria Tereza Borges
Pouco mais de um ano se passou desde que começaram as ações para conter a Covid-19. Do primeiro caso da doença no mundo até agora, vimos a situação piorar, mesmo com o início da vacinação.
De acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Sebrae sobre o impacto da pandemia nos pequenos negócios, que já está em sua 10ª edição, 57% dos empresários estão aflitos com o futuro das empresas. A expectativa de volta à normalidade também está pessimista: 17 meses, em média. Além disso, 79% viram o faturamento mensal da empresa cair.
Ainda segundo a pesquisa, 64% dos empresários disseram que tiveram que mudar o funcionamento da empresa em função da crise. Já dizia Darwin: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. Com tantos reflexos negativos, quais os gatilhos estão possibilitando que esses negócios mudem e sobrevivam a um momento tão dramático?
Selecionei seis práticas que estão contribuindo bastante para essa evolução, especialmente nos segmentos mais vulneráveis à crise: comércio varejista, beleza, alimentação, saúde, construção civil, educação e turismo.
1- Inovação / criatividade
Inovar não é criar uma coisa de outro mundo, mas sim reformular ferramentas dentro de casa, incrementar processos. Temos visto um grande desejo de inovar e usar a criatividade para acompanhar os novos hábitos sociais impostos pela pandemia, como o distanciamento social. É preciso criatividade para repensar o modelo de negócio, criar novas soluções e resolver problemas.
2- Digitalização / transformação digital
Fundamental para alavancar negócios e impedir que eles morram. Do atendimento ao delivery, empresas têm se modernizado e criado novas formas de vender seus produtos e serviços, ampliando inclusive sua área de atuação. Videoconferências, lives e outros recursos de conexão também têm sido muito utilizados para possibilitar a continuidade dos negócios.
3- Omnichannel / elevação da experiência com o cliente
Mais do que sobreviver, os negócios precisam ficar na mente dos consumidores. Proporcionar uma boa experiência é essencial para fidelizar. Até porque, muito do que foi criado agora em função da crise, não voltará a ser como antes, porque houve uma quebra de paradigma.
4- Resiliência / aperfeiçoamento contínuo
As pessoas têm uma capacidade natural de se adaptarem. Se a realidade de ontem não é a mesma de hoje, ou eu me entrego ou busco uma alternativa. E é isso que tem ocorrido. Aperfeiçoamento, aprendizado e resiliência do negócio. Aulas online são um bom exemplo.
5- Interconexão de negócios e nichos diferentes
Para promover a dinâmica dos negócios imposta pela pandemia, um dos caminhos é fazer parcerias com empresas de diferentes nichos para possibilitar a implantação de uma nova solução. Ao implantar um serviço de delivery, por exemplo, o restaurante busca parceiros para viabilizar a logística.
6- Filosofia Lean
Cada vez mais presente, mesmo sem que as pessoas saibam do que se trata: otimizar processos e custos, fazer o simples agregar valor. A maioria dos projetos levava meses para serem executados. Hoje, se não tivermos uma visão mais ágil, quando o projeto for finalizado pode ser que ele nem faça mais sentido. E isso vale para qualquer negócio.
Não é só sobre empresas
Como ficam as pessoas em meio a este cenário? Forçadamente, tivemos que frear e sair do piloto automático, nos estruturar para ter uma rotina saudável, conciliar trabalho e filhos. Por trás dos negócios há pessoas, famílias, que estão apreensivas com a Covid-19, com a crise e ainda precisam ter um novo olhar para o seu dia a dia.
É um momento importante, que precisamos estar atentos a nós mesmos, porque sim, vai passar. Mas não sabemos quando.
Maria Tereza Borges – coordenadora de Tecnologia na TQI